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Feminicídio de Arlanza Jéssica, em Patos-PB: O reflexo de uma sociedade machista que romantiza a posse da mulher

O brutal assassinato de Arlanza Jéssica dos Santos Ramalho, de 34 anos, em Patos, Paraíba, mais uma vez expõe a face cruel do feminicídio no Brasil

Mais um caso de feminicídio choca o sertão paraibano. Desta vez, a vítima foi a farmacêutica Arlanza Jéssica dos Santos Ramalho, de 34 anos, assassinada brutalmente a facadas pelo ex-namorado Lúcio Ramay Oliveira Freitas, de 44 anos, na cidade de Patos, no Sertão do estado. O crime, que aconteceu na noite de sexta-feira (21) e foi descoberto na madrugada de sábado (22), é mais um retrato cruel de como a violência contra a mulher segue sendo uma realidade devastadora no país. Arlanza é mais uma vítima da cultura da posse e da violência de gênero que assola o Brasil

A narrativa desse crime segue um roteiro tristemente conhecido: relacionamento recente e conturbado, tentativas da vítima de se afastar, ameaças, ciúmes e um desfecho trágico. Pois segundo a Polícia Civil, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento e nutria um sentimento de posse em relação à vítima. Infelizmente, essa não é uma história isolada. A cada dia, mulheres são mortas por parceiros ou ex-parceiros que se recusam a aceitar que um relacionamento terminou, como se tivessem algum direito sobre a vida delas.

A violência doméstica e o feminicídio são problemas estruturais enraizados na cultura patriarcal. O Brasil registra números alarmantes de assassinatos de mulheres, e a impunidade, aliada à naturalização do machismo, apenas perpetua essa tragédia. A cada nova notícia de um crime como esse, a sociedade se choca, mas quantas Arlanzas ainda precisarão morrer para que medidas concretas sejam tomadas?

O suspeito, que tentou fugir após o crime, foi preso na cidade de Santa Luzia, a caminho de João Pessoa. Ele ainda tentou alegar ter sido vítima de um sequestro, mas as evidências eram claras: vestígios de sangue em suas mãos e imagens de segurança que comprovaram sua presença na cena do crime. Para piorar, no carro da vítima, utilizado por ele na fuga, foram encontrados entorpecentes, o que resultou também na prisão por tráfico de drogas.

Ainda que a Justiça tenha decretado sua prisão temporária, sabemos que a punição de um indivíduo não resolve um problema sistêmico. É urgente que políticas públicas de prevenção, educação e proteção das mulheres sejam fortalecidas. Programas de apoio às vítimas, fiscalização do cumprimento de medidas protetivas e campanhas de conscientização são fundamentais para combater essa tragédia.

Arlanza Jéssica dos Santos Ramalho foi enterrada no município de São José de Caiana, sua terra natal, mas sua memória deve ser honrada com mais do que luto. É preciso transformação. Se não mudarmos a forma como nossa sociedade encara a violência de gênero, seguiremos contando histórias de mulheres que foram silenciadas por homens que se achavam donos de suas vidas.

Que a justiça seja feita. Mas que não seja apenas mais um caso entre tantos outros. O Brasil precisa parar de enterrar suas mulheres.

2 thoughts on “Feminicídio de Arlanza Jéssica, em Patos-PB: O reflexo de uma sociedade machista que romantiza a posse da mulher

  1. É uma barbaridade do mundo em geral, principalmente no Brasil que os relacionamentos formação de família, sejam tão mau conduzidos pelas partes que pelo contrário em tempos remotos com minimo conhecimento sempre foi melhor mais justo mais tolerado.
    Acho ser aumento da prepotência e da irresponsabilidade do ser humano atual.

  2. É uma barbaridade do mundo em geral, principalmente no Brasil que os relacionamentos formação de família, sejam tão mau conduzidos pelas partes que pelo contrário em tempos remotos com minimo conhecimento sempre foi melhor mais justo mais tolerado.
    Acho ser aumento da prepotência e da irresponsabilidade do ser humano atual.

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