O Tribunal do Júri da Comarca de Sousa condenou, nesta quarta-feira (20), Alfredo Gonçalves da Silva Neto, de 22 anos, conhecido como “Alfredinho”, a 22 anos, 5 meses e 3 dias de reclusão em regime inicialmente fechado pela morte de Francisco Abrantes de Sá, de 45 anos, ocorrida em 4 de novembro de 2023, no Sítio Cachoeira, município de Vieirópolis-PB.
A sessão do júri teve início às 08h00 e foi concluída às 12h57, no Fórum de Sousa, sob a presidência do juiz José Normando Fernandes.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (Ação Penal n°0808344-91.2023.8.15.0371), o crime foi praticado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Após o homicídio, o réu ainda tentou ocultar o cadáver, incendiando parte do corpo, mas não consumou a ação.
Em plenário, o Ministério Público defendeu a condenação nos termos da denúncia. Já a Defensoria Pública alegou homicídio privilegiado e pediu o afastamento das qualificadoras, além de pleitear a absolvição quanto à tentativa de ocultação de cadáver.
O Conselho de Sentença rejeitou as teses defensivas e reconheceu todas as qualificadoras do homicídio, além da tentativa de ocultação de cadáver. Também entendeu que a vítima não contribuiu para o crime.
E com base na decisão do júri, o juiz fixou a pena em mais de 22 anos de reclusão, a ser cumprida na Colônia Penal Agrícola de Sousa.
O magistrado destacou ainda que o réu possui antecedentes criminais. Em 2023, Alfredo foi condenado por lesão corporal contra sua própria irmã, à qual arremessou um prato de comida quente, causando queimaduras de terceiro grau.
Considerando a gravidade dos crimes, o juiz também negou ao réu o direito de recorrer em liberdade. Alfredo está preso desde novembro de 2023, e o tempo já cumprido será analisado pelo Juízo da Execução Penal para eventual detração da pena.
Relembre o caso
Segundo relato da Polícia Militar, no dia dos fatos, Alfredinho bebia na companhia da vítima quando ambos seguiram em direção ao Sítio Cachoeira. Durante o trajeto, eles entraram em um roçado, onde ocorreu o assassinato. O corpo de Francisco foi encontrado sob um pé de manga.
Após o crime, o acusado fugiu na motocicleta da vítima (CG, cor preta e placa MOK 5228), mas foi contido por moradores em um posto de combustíveis, quando tentava abastecer o veículo. Em seguida, recebeu voz de prisão em flagrante pelas equipes do Bope e da Força Tática. Na delegacia, confessou que usou uma pedra para matar Francisco e ateou fogo no corpo.